Olha o macro
Belisca um naco
que não seja micro
E molha o bico
Mantém o foco
Não dá troco
nem passa recibo
Acha tua tribo
Cria teu rumo
Cuida do aprumo
e abstrai do problema
Esse é o esquema
(Diego Vargas)
Um blog aberto a todas as pessoas que gostam de escrever, e estão dispostas a contribuir com suas ideías, fantasias e palavras.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
A Mentira
Atire a primeira pedra quem nunca mentiu, uma mentirinha pequena para se livrar de alguma saia justa ou até uma grande mentira para evitar algo que seria extremamente desagradável, ate aí, mesmo não sendo a coisa mais ética do mundo vamos lá, faz parte da natureza humana, será? Apesar daquele ditado popular que fala que a mentira tem perna curta todos nós já buscamos refúgio nesse artifício, uns em nome do bem comum, outros pensando no seu próprio umbigo, existe o mentiroso compulsivo que não vive sem os floreios da mentira e o patológico onde mentir vira uma doença da qual mesmo ele, querendo, não consegue se livrar, o que para uns é exceção se torna regra, a mentira passa a ser um instinto como comer, beber e dormir, o mentiroso acaba sendo sua própria vítima e em algum momento da vida irá cair no descrédito geral e como diz um outro ditado pode-se enganar a todos por um tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo. Se olharmos para o lado veremos que a mentira está presente no nosso cotidiano como nas propagandas, nos discursos escandalosos dos políticos e até na religião onde vemos pastores descaradamente vendendo lugar no céu em troca de dinheiro, sendo pecado ou não a mentira está aí seja para criar ilusões, melhorar a vida de quem a proclama ou prejudicar a de quem é enganado, vou terminar aqui com uma frase de um jornalista e escritor de quem gosto muito, Chico Sá: “Mentir é editar a vida”, faz sentido, mas melhor é que isso não caia no comum pois o improviso ainda assim é muito mais excitante.
(Fabiana Leivas)
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Idílio
"Não dá para simplificar
Apenas na trindade
O lugar, a hora
e a entidade
Ainda que cada parte
veja-se correta
Pode ter algo em volta
Que desgraça acarreta
Corpos entrelaçados
envoltos no momento
Ingênuos e enfeitiçados
Parece que converge
Quando menos espera
Perece e submerge"
Apenas na trindade
O lugar, a hora
e a entidade
Ainda que cada parte
veja-se correta
Pode ter algo em volta
Que desgraça acarreta
Corpos entrelaçados
envoltos no momento
Ingênuos e enfeitiçados
Parece que converge
Quando menos espera
Perece e submerge"
(Diego Vargas)
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Simples assim
Aquilo tudo parecia tão intenso e ao mesmo tempo tão frágil, tão real e ao mesmo tempo fora do contexto natural das coisas cotidianas, da vida que ela levava e essa foi uma das coisas que a prendeu a ele, prender não seria a palavra certa, não se sentia presa e nem vazia, todas as vezes que voltava era porque queria, queria o momento, o prazer, o cheiro e as cores daquelas noites e dias, nada era concreto além das paredes e daqueles dois corpos nus dançando o ritmo do universo, poucas eram as palavras, muitos os sons, era a vida pulsando sem nenhuma explicação, instintiva, visceral, quase animal, uma necessidade sem desespero, era o que era, simples mas completo, poderia durar para sempre ou nunca mais acontecer, bastava um descompasso, um outro passo ou um novo amanhecer.
(Justine Pectore)
FELIZBOOK
“Como
você está se sentindo?” É pergunta de resposta condicional.
Depende de quem perguntou, onde se está, o momento em si; tudo isso
dita o ritmo, o detalhamento e a emoção que a resposta vai
carregar. Regem as normas de boas maneiras que, salvo algumas
exceções, nossa resposta deve ser “Está tudo bem”, afinal o
desabafo deve ser guardado apenas para os mais próximos e, mesmo
assim, apenas em determinados momentos.
Como
se responde, então, quando a pergunta é feita por uma rede social?
Só aí a gente já consegue abrir parênteses. Esqueçamos o
morimbundo orkut,
cuja sobrevida me surpreende. Para mim, este já havia recebido a
extrema-unção há algum tempo. Refiro-me especificamente ao
Facebook,
a grande vitrine atual da vida de todos. Muito interessante, bem
desenvolvida e engendrada. Conecta diversos aplicativos e serviços,
possibilita comércio e outros ganhos pessoais. Afora usos
profissionais e comerciais, está cada vez mais se tornando o endosso
da grande lei social decretada pelo brilhante Andy Warhol: “No
futuro toda a gente será famosa durante quinze minutos”. Pois,
maravilha pura, o Facebook te possibilita de forma dinâmica, em um
feed
de notícias (uau, vira-se notícia, manchete!), transformar em
fábula sua vida. Prolongar os ditos quinze minutos. E a função é
retroalimentada, porque a sua notícia motiva a minha notícia. O
raciocínio é simples: celebridade tem que aparecer, senão cai no
ostracismo. E tem que aparecer feliz, “sarada”, bem vestida e com
uma taça de espumante (jamais nacional) na mão. Feliz, no conceito
“Caras” da coisa. Ocorre que, desculpe informar, felicidade
enquanto estado infinito e eterno é uma utopia, das mais nocivas. A
vida é feita de azedas e amargas batalhas, resolução de problemas
cotidianos ou graves e, nos breves intervalos, momentos felizes. É a
busca desses momentos que nos motiva a vencer as pequenas e diárias
agruras. Nem mesmo as celebridades, dentro da acepção tradicional
do termo, gozam de felicidade eterna. Volta e meia vê-se isso nos
questionáveis portais de fofocas, de alguém que perdeu a linha, a
pose e, às vezes, até a vida, em função de alguma decepção.
Todo
mundo que ali está incorre nesses pecadilhos sociais, nesses
excessos cibernéticos. Ninguém tem teto de vidro neste sentido.
Mas, além de endêmica, a questão tem se mostrado interminável.
São dezenas de instrumentos, como foto-montagens, citações de
autores famosos (outro detalhe: em boa parte das vezes, tanto a
autoria está erroneamente creditada, quanto a frase em si sequer
existiu e, muito menos, foi proferida pelo referido autor), ou o bom
e velho desabafo. Por quê? Porque o “Como você está se
sentindo?” lido na caixa de texto é uma extensão do excesso de
informação que se tem no feed
em
si. É um misto de autoafirmação com lamento com descrição de
intempéries e convulsões cotidano-sociais com resultado de jogos de
futebol com “modelices” com divulgação de empreendimentos e
trabalhos com piadas e troças com propaganda e revolta política com
manifestações religiosas com... CHEGA! Pare, respire. Todos esses
itens e assuntos que citei são integrantes da vida de todos nós,
sem dúvida, e devem ser divididos. Pode até ser por meios
eletrônicos, hoje em dia a vida é corrida e é só o que nos resta
para comunicarmo-nos com nossos entes queridos. Agora, valer-se
sempre do arremessar de conteúdo num feed
de
notícias vira um vício, o que obviamente gera crise de abstinência.
Como citei acima, a coisa é retroalimentada e, uma hora
invariavelmente, pode vir a transbordar. Transborda porque perfeição
não existe, porque felicidade ocupa menos espaço e pesa menos que a
tristeza. Mas como, e reafirmo, felicidade é feita de pequenos
momentos que preenchem os rejuntes das lajotas gélidas e cotidianas
de nossa existência, o resto é o que pesa mais. E vai pesar sempre,
não se iluda do contrário. Mas faz parte da existência aguentar os
pequenos problemas no osso. São as adversidades que nos fazem
evoluir. As vitórias, conquistas e felicidades apenas confeitam a
vida; a massa do bolo é feita das lutas, e o fermento nada mais é o
quão bem reagimos aos insucessos.
Redes
sociais são interessantes, nos fazem retomar ou manter contato com
pessoas queridas que já passaram, às vezes há muito tempo, por
nossa vida. Já se versou que estamos esquecendo de olhar para o lado
e para o entorno, apenas para falar com as centenas de “amigos”
(reveja mentalmente este conceito, também, para o seu bem) do
Facebook,
e devemos nos policiar nesse sentido. A vida real é que nos faz...
reais. “Como você está se sentindo?” Acho uma pergunta gostosa,
um abraço feito de letras, quando feito por alguém querido e num
momento de intimidade. Feliz, maravilhado, chocado, supreso,
angustiado... Estados de espírito inerentes à condição humana,
que dividimos para nos aliviar. Mas não existe vulcão na face
terrestre que fique em erupção eternamente, uma hora a coisa
ventila, areja. Sem exageros, menos é mais. Menos virtualidade é
mais realidade. Foi o (ovo de Colombo) que realizei num churrasco com
dois amigos que não via há tempos. Momento real, tangível, que
nenhuma virtualidade consegue substituir. Se volto ao Facebook?
Deixo a resposta a cargo do futuro, até porque, para mim,
transbordou.
(Diego
Vargas)
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Poemas em Tortas Linhas
Humildade não absolve
A
alma ferida com palavras cruas
Rudeza essa que nos sedimenta
Impede o sentimento de se externar
Maldade quase nunca faz sentido
Até mesmo a maldade necessária
Se
puritano fosse o pensar calado
Não
seriam tantas frases, tantas bocas aventuradas
Externando
lampejos poéticos
Se o interno é tão sujo a ponto de petrificar
O saber silencia e liberta
Não repreende, não analisa
Porque ter o limpo como feio
Se o que nos torna potáveis
São os momentos libertos do coração?
Vergonhosos sonhos que florescem
Quanto mais rasos, menos mornos
A agonia do calor picante
Que não pode tomar forma
Trancafiado em um quartel, um quarto
Prisioneiro de si mesmo
Quase
invisível à luz do Sol
O que se mostra, mesmo, sempre
É aquilo que os outros
Os outros em seus tantos quilos
Desejam,
sabe-se lá por que, notar.
(Vinni Biazzuz)
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
CACOS
Você
ganha um belo vaso, exemplar raro da dinastia Aquela-Mesma. Você o
quis, talvez; ou ainda pode tê-lo ganho por acaso. Mas desenvolve um
apreço gigante por aquela linda peça decorativa. E você ganha
elogios por tão belo item que adorna tua morada. E você desenvolve
ainda mais apreço, pois as palavras inflam o teu ego, fazem com que
você se sinta sempre bem em função daquele item que embeleza tua
existência.
Mas
aí as coisas começam a ficar engessadas. A casa prestes a ruir,
nada mais no entorno importa, somente o belíssimo vaso. Parado, cada
vez mais gelado (e congelante), mas belo. Porque te dizem que é
belo. Porque você um dia achou belo (ainda que, entre quatro
paredes, com a cabeça deitada no travesseiro, você já não veja
mais tanta beleza). Mas a beleza da reputação dele é a sua beleza,
ao menos é o que dizem.
E
a casa caindo... E o mundo acinzentando... Mas o vaso está lá. Até
que sobra você e o vaso. Belo vaso. Lindíssimo vaso, não é o que
sempre te disseram? Beleza ofuscante. Ofuscou tua vista. Te botou uma
tapa de cavalo, não mais olhou para os lados, porque é um belo
vaso. Um Sol no teu céu. Mas o Sol cega se muito o mirares.
Antes
da cegueira, as lágrimas, abundantes. A dor, lancinante. E você,
num átimo, num acesso de Rainha de Copas louca por decapitações,
decide: é hora de quebrar a porra do vaso! Foda-se sua beleza!
Foda-se a beleza que todos dizem que ele tem! Agora ele te é
horroroso! E você quer apreciar belezas de novo... Que venham novas
belezas.
Cacos
de um vaso... Restos de uma beleza... Morta beleza, feita em pedaços.
Mas uma percepção segue íntegra: a de que beleza não tem um só
conceito. Version:1.0
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CACOS
Você
ganha um belo vaso, exemplar raro da dinastia Aquela-Mesma. Você o
quis, talvez; ou ainda pode tê-lo ganho por acaso. Mas desenvolve um
apreço gigante por aquela linda peça decorativa. E você ganha
elogios por tão belo item que adorna tua morada. E você desenvolve
ainda mais apreço, pois as palavras inflam o teu ego, fazem com que
você se sinta sempre bem em função daquele item que embeleza tua
existência.
Mas
aí as coisas começam a ficar engessadas. A casa prestes a ruir,
nada mais no entorno importa, somente o belíssimo vaso. Parado, cada
vez mais gelado (e congelante), mas belo. Porque te dizem que é
belo. Porque você um dia achou belo (ainda que, entre quatro
paredes, com a cabeça deitada no travesseiro, você já não veja
mais tanta beleza). Mas a beleza da reputação dele é a sua beleza,
ao menos é o que dizem.
E
a casa caindo... E o mundo acinzentando... Mas o vaso está lá. Até
que sobra você e o vaso. Belo vaso. Lindíssimo vaso, não é o que
sempre te disseram? Beleza ofuscante. Ofuscou tua vista. Te botou uma
tapa de cavalo, não mais olhou para os lados, porque é um belo
vaso. Um Sol no teu céu. Mas o Sol cega se muito o mirares.
Antes
da cegueira, as lágrimas, abundantes. A dor, lancinante. E você,
num átimo, num acesso de Rainha de Copas louca por decapitações,
decide: é hora de quebrar a porra do vaso! Foda-se sua beleza!
Foda-se a beleza que todos dizem que ele tem! Agora ele te é
horroroso! E você quer apreciar belezas de novo... Que venham novas
belezas.
Cacos
de um vaso... Restos de uma beleza... Morta beleza, feita em pedaços.
Mas uma percepção segue íntegra: a de que beleza não tem um só
conceito. Não tem só um jeito. Beleza é o imperfeito. O estranho,
torto, esquisito cotidiano. Beleza é você, é eu, é tudo. É tanta
coisa. Tantos vasos. Talvez um vaso de barro, simples. Mas se ele te
é belo, isso que importa.
(Diego
Vargas)
Beleza é você, é eu, é tudo. É tanta
coisa. Tantos vasos. Talvez um vaso de barro, simples. Mas se ele te
é belo, isso que importa.
(Diego
Vargas)
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