Humildade não absolve
A
alma ferida com palavras cruas
Rudeza essa que nos sedimenta
Impede o sentimento de se externar
Maldade quase nunca faz sentido
Até mesmo a maldade necessária
Se
puritano fosse o pensar calado
Não
seriam tantas frases, tantas bocas aventuradas
Externando
lampejos poéticos
Se o interno é tão sujo a ponto de petrificar
O saber silencia e liberta
Não repreende, não analisa
Porque ter o limpo como feio
Se o que nos torna potáveis
São os momentos libertos do coração?
Vergonhosos sonhos que florescem
Quanto mais rasos, menos mornos
A agonia do calor picante
Que não pode tomar forma
Trancafiado em um quartel, um quarto
Prisioneiro de si mesmo
Quase
invisível à luz do Sol
O que se mostra, mesmo, sempre
É aquilo que os outros
Os outros em seus tantos quilos
Desejam,
sabe-se lá por que, notar.
(Vinni Biazzuz)
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